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Foto do escritorClara Aguiar

O mito da Abordagem

Em um movimento recente na clínica psicoterapêutica, tenho percebido um aumento crescente no fluxo de clientes em potencial cada vez mais interessados pela abordagem psicoterapêutica na qual minha atuação é orientada. Seja porquê são movidos por curiosidade, seja por desconhecimento da chamada Abordagem Centrada na Pessoa (na qual baseio o meu raciocínio clínico) ou outro motivo além, o fato é que nos últimos anos tem sido notável o despertar de uma atenção especial do paciente acerca da abordagem teórica na qual o psicoterapeuta fundamenta o seu trabalho.

Ao refletir sobre este movimento novo, não deixo de me recordar das publicamente conhecidas "rusgas" entre diferentes linhas teóricas da psicologia. Acredito veementemente que estes temas estão intrinsecamente associados. Uma vez que adentramos na graduação de psicologia, encontramos a possibilidade de contato com diversos temas e possibilidades de raciocínio acerca da psique humana, e a medida que o clinicar se torna parte da nossa vida profissional, naturalmente a identificação com alguma dessas temáticas surge e aprofunda-se no objeto de interesse de estudo. Todavia, a tendência notável nos tempos atuais, principalmente com a emergência dos profissionais utilizando-se de ferramentas da internet, tem sido de uma preocupante rivalidade entre os saberes da psicologia, em um discurso que se perpetua entre teóricos e não teóricos, para além dos muros dos consultórios.

O espaço para a experimentação é pulsante e precisa ser um campo aberto de possibilidades. Todas as abordagens psicólogas reconhecidas empírica e cientificamente após anos de estudo possuem seu valor, seja dentro da construção da História da Psicologia ou dentro dos espaços que ultrapassam a clínica psicológica. Amigos porventura me procuram para questionar qual abordagem seria melhor para demanda "x" ou "y", como se pudesse existir uma via de regra para a subjetividade humana. O que eu costumo responder: a melhor abordagem é aquela na qual a relação terapêutica faz sentido pra você. Experimente viver verdadeiramente uma relação psicoterapêutica que lhe permita se atualizar dos seus processos emocionais e que, acima de tudo, te traga sentido ao que você sozinho (a) possui dificuldade de compreender. Psicólogos - em qualquer abordagem - vão buscar a facilitação dos processos emocionais junto com você!


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